Estima-se que aproximadamente 6 milhões de africanos provenientes da região onde fica localizada ANGOLA foram levados como escravos para o Brasil. Existiam na época vários embarcadouros. Um deles é o conhecido como Baptistério do Morro da Cruz, onde hoje funciona o Museu Nacional da Escravatura de Angola. Há praticamente 480 anos atrás, quase 5 séculos, era um local de angústia, de sofrimento pois à partir deste embarcadouro, como de muitos outros, famílias se separavam e muitos africanos nem sequer chegavam ao Brasil, pois eram transportados de forma brutal, empilhados um por cima do outro como se fossem mercadorias. Quis o destino que, 5 séculos depois, pudesse eu estar vivendo dias da semana exactamente neste local, pois é o embarcadouro que me permite ir ao Resort MWB na Ilha do Mussulo, realizar meu trabalho de marketing. A cada viagem que faço, minha mente viaja no que teria passado na mente e no coração de milhões de africanos que iniciaram pelo mesmo trajecto que eu, que sem a menor dúvida foram meus ancestrais, assim como de mais de 100 milhões de afro brasileiros.
Tenho sido imensamente privilegiado pois, sempre tenho grandes encontros com africanos de Angola e de outros países que vivem aqui. É uma transferência de cultura muito grande. Recentemente pude estar com a congolesa Gladys Luzolo Maxamba, com quem pude aprender muito sobre o modo de vida do povo do Congo Democrático, país vizinho de Angola.