Por Celso Salles,
Não foi nada fácil captar as imagens deste maravilhoso Concerto, realizado em 16/09/2010 na belíssima Karlskirche, da maravilhosa cidade de Viena, até porque na Áustria tudo é muito organizado. Era proibido filmar. O kit de filmagem estava no bolso do meu paletó. Um tripé destes articuláveis e uma câmera de filmagem compacta. Foi uma aventura. Os seguranças patrulhando as laterais da Igreja, enquanto de forma sutil eu montava os equipamentos, sob os olhares nada aprovadores dos austríacos ao meu lado. O risco de ser retirado da Karlskirche Wien era imenso, mas tinha que tentar. Não tinha como não chamar a atenção, uma vez que eu era o único negro no local e com uma barba branca que acende no escuro. Felizmente funcionou e você também pode assisti-lo por completo. O primeiro vídeo já ultrapassou 5.973 visualizações. São pessoas que não tiveram a oportunidade de estarem presentes, mas que puderam assistir graças a minha ousadia. Antes de sair da Igreja, voltei os equipamentos no bolso do meu paletó, rezei uma ave maria, um pai nosso e espero ter sido perdoado.
Imagens e Edição: Celso Salles – Educasat Web Business
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Wolfgang Amadeus Mozart
1756 – 1791
Chor Und Orchester der
Salzburger Konzertgesellschaft
Karlskirche Wien
Donnerstag, 16.September 2010
– IRENE HOFMANN
Sopran
– CHRISTINA KUMMER
Alt
– FRANZ LEITNER
Tenor
– JENS Waldig
Bass
– Dirigent
MARTIN-JACQUES GARAND
Em Março de 1791, Mozart rege em Viena um de seus últimos concertos públicos; tocando o Concerto para piano n.º 27 (KV 595). Seu último filho, nasceu em 26 de Julho.
Poucos dias antes, bateu à sua porta um desconhecido, que se recusou a identificar-se e deixou Mozart encarregado da composição de um Réquiem em Ré menor. Deu-lhe um adiantamento e avisou que retornaria em um mês. Mas pouco tempo depois, o compositor é chamado de Praga para escrever a ópera A clemência de Tito, para festejar a coroação de Leopoldo II.
Quando subia com sua esposa Konstanze na carruagem que os levaria a esta cidade, o desconhecido teria se apresentado outra vez, perguntado por sua encomenda.
Posteriormente se supôs que aquele sombrio personagem era um enviado do conde Walsegg-Stuppach, cuja esposa havía falecido. O viúvo desejava que Mozart compusésse a missa de réquiem para os ritos fúnebres no enterro de sua esposa, mas faria crer – como diz-se que já fizera antes – aos presentes que fora ele quem compôs a obra (por isso o anonimato).
Diz-se que Mozart, obsessivo com idéias de morte desde o falecimento de seu pai, Leopold, debilitado pela fadiga e pela enfermidade que lhe atingia, muito sensível ao sobrenatural devido às suas vinculações com a franco-maçonaria e impressionado pelo aspecto misterioso do homem que encomendou a missa, terminou por acreditar que este era um mensageiro do Destino e que o réquiem que iria compor seria para seu próprio funeral.
Mozart, ao morrer, conseguiu terminar apenas três seções com o coro e composição completa: Introito, Kyrie e Dies Irae. Do resto da sequência deixou os trechos instrumentais, o coro, vozes solistas e o cifrado do contrabaixo e órgão incompletos, deixando anotações para seu discípulo Franz Xaver Süssmayer. Também havia indicações para o Domine Jesu e Agnus Dei. Não havia deixado nada escrito para o Sanctus nem para o Communio. Seu discípulo Süssmayer completou as partes em falta da composição, agregou música onde faltava e compôs completamente o Sanctus. Para o Communio, simplesmente utilizou dos temas do Introito e do Kyrie, à maneira de uma reexposição, para dar sentido integral à obra.
Uma das principais influências para a obra é o réquiem de Michael Haydn.
A obra teve sua estréia em Viena, 2 de Janeiro de 1793, em um concerto em benefício da viúva de Mozart, Konstanze Weber. Foi interpretado novamente em 14 de Dezembro de 1793, durante uma missa para a esposa da Walsegg.